segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

John Shaft

Recentemente, por conta do lançamento de "Django Livre", o mais recente filme de Quentin Tarantino, foi exibida na cidade de São Paulo, mais precisamente no MIS, uma mostra que apresentava uma série de filmes que inspiraram a filmografia tarantinesca. Como moro longe do local, o que me restou foi anotar o nome dos filmes e baixá-los. Foi assim que cheguei a "Shaft", vencedor do Oscar da categoria "Melhor Canção Original", no ano de 1972. Tal longa veio a inspirar Tarantino na concepção do filme "Jackie Brown".

Um detetive durão, destemido, que gosta de construir frases de efeito, além de ser um grande galanteador. A princípio, pode-se pensar que se trata dos traços descritivos de Philip Marlowe, o protagonista dos romances policiais pulp de Raymond Chandler. Porém, nesse caso, refiro-me a John Shaft, detetive particular interpretado por Richard Roundtree, um dos expoentes do movimento cinematográfico, surgido na década de 1970, denominado blaxpoitation, em que diretores e atores eram predominantemente negros.

Dirigido por Gordon Parks, "Shaft" mostra a personagem homônima sendo contratada por um figurão e velho conhecido seu para investigar o sequestro de sua filha. Ao avançar nas investigações, o detetive descobre que a garota foi sequestrada por ninguém menos que uma facção da máfia italiana, eterna inimiga dos habitantes do bairro novaiorquino predominantemente habitado por negros: o Harlem. Inevitavelmente, John Shaft acaba envolvido em uma guerra de traficantes que não era sua, mas que para obter sucessso em sua missão, deverá, juntamente com amigos da polícia e das ruas, tomar partido nessa batalha.

As perigosas ruas de Nova York constituem um cenário urbano repleto de bares, boates e, consequentemente, indivíduos peculiares. Por ser uma história com ambiente setentista, o figurino é uma verdadeira viagem no tempo que, aliada a uma trilha sonora que abusa das linhas de baixo e guitarras peculiares ao funk e soul music, é um show à parte. Impossível não deixar-se levar pelo ritmo dançante agregado às cenas de ação e suspense que remetem a um bom thriller policial.

Cenários brutalmente urbanos, diálogos ácidos e trilha sonora arrebatadora. Para quem gosta de gangsters, chantagistas e pilantras, "Shaft" é entretenimento na medida certa.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Cabeça a prêmio": um retrato 3x4 do Brasil calibre 45

Texto publicado no site Contraversão, em 10/12/2012.

Em “Cabeça a prêmio”, Marçal Aquino introduz seu leitor em uma trama que surpreende por sua complexidade e inteligência. Um jogo de emboscadas é travado entre indivíduos que, sendo matadores de aluguel ou não, fazem de tudo para alcançar seus objetivos. Em cenários onde não há nenhum tipo de lei ou moral, Marçal coloca em prática sua já conhecida habilidade de roteirista (exposta recentemente, ao lado de Fernando Bonassi, nas três temporadas da série “Força Tarefa”, exibida pela Rede Globo) para expor um Brasil ficcional que choca por seu realismo. Este livro teve sua trama adaptada para o cinema em 2009, pelas mãos do diretor Marco Ricca.
 
Brito e Albano são dois matadores de aluguel posicionados em uma pequena cidade interiorana a mando de seus patrões, Mirão e Abílio (poderosos irmãos traficantes), com o intuito de dar cabo de um sujeito sobre o qual nada sabem. A partir daí, enquanto vigiam e esperam pelo momento certo de atacar sua vítima (escoltada pelo serviço de proteção a testemunhas), suas histórias de vida são recontadas em flashbacks que explicam algumas de suas condutas. Brito, mais contido e introspectivo que Albano, tem sua história recapitulada, desde o primeiro crime abonado até seu relacionamento com a cafetina e prostituta Marlene.

Dênis, piloto de extrema confiança do impiedoso Mirão, teme e respeita a mão de ferro que o alimenta. Porém, a beleza irresistível de Elaine, a sedutora filha de Mirão, acabam por cegá-lo. Um romance proibido, que por si só já traria graves consequências. Consequências essas que são pioradas pelas investidas chantegistas do homossexual Abílio contra Dênis e mediante a atitude de Elaine de voltar-se contra seu pai e tramar um golpe financeiro seguido de fuga. Contra todas a probabilidades de que isso fosse dar certo, eles colocam seu plano em prática, com a consciência de que o resto de seus dias permanecerão incertos quanto à possibilidade de terminá-los vivos.

Essas histórias paralelas são habilmente manejadas pelo narrador de Marçal Aquino, até o ponto em que suas linhas se chocam por possuírem Mirão como seu centro particular. Emboscadas misteriosas são narradas sem que o leitor saiba quem é a vítima ou se quem sobreviverá é a caça, alerta e acossada, ou o caçador, frio e calculista. Não há o bem ou o mal, o mocinho ou o bandido. Todos os envolvidos na trama trazem sangue em suas mãos e seguirão a lei da sobrevivência. Trapacearão, pois não há jogo limpo. Matarão para não morrerem.

Os cenários são cercados por plantações pertencentes a poderosos fazendeiros. O vento é poeirento e traz o cheiro de suor dos simples e ignorantes habitantes interioranos. Os minúsculos quartos de hotel cheiram a suor, sexo barato e mofo. É um Brasil de clima seco, onde não há polícia, justiça ou compaixão. Assim como em “Os Infratores” (2012), filme que retrata a impiedosidade dos mafiosos durante a Lei Seca imposta aos estadunidenses, nas décadas de 20 e 30, Mirão, Abílio, Brito e Albano compõem uma hierarquia de foras-da-lei que compram e fazem suas próprias regras. São os infratores, os irmão Bondurant do velho e impiedoso oeste brasileiro.

Cabeça a prêmio é o recorte seco e preciso de um cenário sangrento e brutal, territorialmente próximo a todos nós, brasileiros. Marçal Aquino resumiu hábil e sucintamente sua obra em uma dedicatória autografada, na primeira página do volume que possuo: “um retrato 3×4 do Brasil calibre 45.”

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Mundo Fantasmo

Aviso já: as opiniões e impressões aqui expostas são de um leitor que exerce seu ofício por prazer e certamente parecerão superficiais para os mais, digamos, estudados.

Certa vez, durante uma aula na faculdade, perguntei a um professor sobre a relevância de "Guerra e Paz", romance da autoria do russo Liev Tolstói. Após pensar por um breve momento, o docente respondeu: "Tem que ser encarado". Essa frase acabou ficando marcada em minha mente, pois, de fato, por mais que utilizemos a literatura como forma de entretenimento, algumas obras mais densas devem ser lidas por aquele que busca aprimorar seu histórico de leituras.

Ainda não encarei "Guerra e Paz", mas acabei de finalizar a experiência fantástica de me embrenhar nas veredas mortas de João Guimarães Rosa, com Riobaldo, Diadorim, Medeiro Vaz, Joca Ramiro e toda a jagunçada de "Grande Sertão: Veredas". Há muito tenho um grande apreço pelas estórias roseanas. Os contos "A hora e vez de Augusto Matraga", "O duelo" e "Soroco, sua mãe, sua filha" estão entre aqueles que li, reli e continuo relendo sempre que posso, dado o fascínio que tenho por tais histórias.

E foi com grande prazer que cheguei a "Grande Sertão: Veredas". Apesar de não ser um bom leitor de poesia, a prosa poética de Guimarães Rosa é algo que me fascina pela sua engenhosidade. O ritmo dado aos períodos, os neologismos, a complexidade com que cada frase foi escrita, enfim, são elementos que muitas vezes incitam o leitor a ler em voz alta aquela história fortemente ligada à tradição oral. Médico por formação, Guimarães Rosa fez verdadeiras operações nas palavras que manipulou, transformando-as em inesperados e fabulosos termos. Verbos que viram substantivos, substantivos verbalizados. "Grande Sertão: Veredas" faz com que o leitor penetre num infinito sertão de palavras, cheio de armadilhas semânticas.

Além de todo o aparato linguístico, a trama em si fascina pela simplicidade complexa do jagunço Riobaldo, narrador da história, que a conta já em sua velhice. Um homem que viveu o dilema de gostar além do que poderia do jagunço Diadorim, teve dúvidas com relação à existência ou não de uma entidade diabólica e a certeza de que "viver é perigoso". Suas divagações a respeito de valores e crenças que adquiriu no decorrer de sua jornada são coisas que convidam a refletir sobre o sentido de nossas vidas. O que viemos fazer no mundo? Qual é a nossa função? Devemos mandar ou obedecer? Sermos homens pacatos da grande cidade ou jagunços que matam por necessidade e desbravam o sertão por coragem?

A certa altura da história, Riobaldo é surpreendido por tiros em um momento de sossego. Então, ele olha para uma cena composta por homens que guerreiam aos gritos e disparam ferozmente o chumbo de suas armas. Tal situação surreal ele define como "mundo fantasmo". Ou seja: algo imaginário, alucinatório, definido (como me foi explicado pelo jornalista Braulio Tavares) por essa inesperada inversão de gênero no final da segunda palavra.

É preciso ter a coragem do mais viril jagunço para encarar o fabuloso "mundo fantasmo" presente nas veredas mortas do  grande sertão de Guimarães Rosa. Porém, por mais árdua que seja, tal jornada certamente valerá a pena.

domingo, 20 de janeiro de 2013

A terrível e maravilhosa simetria de "O Seminarista" de Rubem Fonseca

Texto publicado no site Contraversão, em 04/12/2012.

Já consagrado como um dos grandes escritores da Literatura Brasileira Contemporânea, Rubem Fonseca é um habilidoso autor do gênero narrativo, tendo publicado volumes de contos como "O cobrador" e "Feliz ano novo", e romances consagrados como "A grande arte" e "Agosto" (o primeiro ganhou adaptação para o cinema e o segundo virou uma série exibida pela Rede Globo em 1993).

Considerado como pertencente a uma corrente brutalista de fazer literatura, a violência acaba por ser um tema recorrente em suas obras. E, como aparenta ser assíduo leitor de figuras batidas da narrativa policial (como Raymond Chandler e James Ellroy), Fonseca escreve com recorrente maestria dentro desse gênero (nos contos Romance negro e Mandrake, faz verdadeiras homenagns a essa vertente). Em “O Seminarista” não é diferente.

Em formato de memórias, José, matador de aluguel conhecido como o Especialista e ex-seminarista, narra os eventos que se sucederam quando resolveu abandonar a profissão de assassino particular. Tal ofício nunca lhe causou nenhum tipo de ressentimento. Matar é o seu trabalho, assim como o do padeiro é fazer pães. E como em qualquer outra profissão, os sanguinários serviços fazem parte de sua rotina. Sua decisão de aposentar-se é breve e sucintamente explicada: “Dentro de mim sentia certo mal-estar, creio que estava começando a ficar foruxo, e para um matador profissional a pior coisa do mundo é ter consciência, não existem coisas erradas e coisas certas, é tudo a mesma merda.”

O problema é que, mesmo considerando sua profissão tão natural quanto o ato de respirar, ele descobre não ser fácil abandonar um passado tão sanguinário e violento. Uma rede de intrigas, guiada por diversas personagens que entram na vida do agora ex-matador, conduz a uma história repleta de mistério, reviravoltas, traições e vingança. José passa a ser vítima de uma perseguição, não podendo confiar em pessoas que considerava como seus (raros) amigos.

Assim como os romances policiais ambientados na proibida cidade de Los Angeles estão repletos de chantageadores e impostores que retratam o lado noir da cidade, são apresentadas personagens peculiares à violenta Cidade Maravilhosa. Homens inescrupulosos e corruptos são personalizados na figura perigosa de sujeitos como Sangue de Boi, D. S. e Despachante, indivíduos que fizeram parte do passado de José e que passaram a ser os principais suspeitos que o querem morto. A pergunta é: qual deles, que já foram seus amigos, está por trás dessa mortífera e psicológica emboscada?

Através de uma veloz e empolgante narrativa policial, o autor faz o leitor sentir-se em um verdadeiro filme de ação, tamanha a habilidade e fluidez com que os acontecimentos são desvendados. José e Kirsten, sua femme fatale às avessas, lutam contra um inimigo de mão invisível, que os persegue de maneira implacável. E ele se dá conta de que ser matador está no seu gene: “existem dois grupos de pessoas que sobrevivem no mundo: os que engolem sapos e os que matam sapos. Ou você engole ou você mata. Nós matamos.”

Outro ponto forte do livro são as descrições das armas utilizadas pelo Especialista. Através do seu narrador, Fonseca dá detalhes de vários modelos e tamanhos de um armamento pesado (como a austríaca Glock, preferida do protagonista). Assim como as descrições das cenas (sim, chamo de cenas, tamanha é a perfeição com que tudo é narrado), que são um show à parte. Apesar da velocidade desenfreada com que os fatos são narrados, Rubem Fonseca apresenta detalhes que estruturam um verdadeiro filme na cabeça do leitor.

Emboscadas, vingança, suborno, fraudes, investigações. Esses são apenas alguns dos elementos que compõem “O Seminarista”. Uma obra que, tal como uma Glock 9 mm, possui uma terrível e maravilhosa simetria. Indispensável para os amantes de um bom romance policial.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Gangsters

Fisgado. Talvez seja esse o termo que defina meu estado com relação à série Boardwalk Empire, produzida pelo canal HBO. Criada por Terence Winter (roteirista da consagrada série The Sopranos) e com Martin Scorsese (Taxi Driver, Touro Indomável) entre os produtores, o seriado é baseado no livro “Boardwalk Empire: The Birth, High Times and Corruption of Atlantic City", da autoria de Nelson Johnson, e mostra uma inescrupulosa batalha entre gangsters dos Estados Unidos. Já foram produzidas três temporadas com doze episódios, cada um tendo custado, em média US$ 5 milhões. Enquanto não vi o final do último período, não sosseguei. Julgava ser inconcebível alguém ficar na frente da TV assistindo a vários episódios seguidos de um determinado seriado. Senti na pele o que isso significa ao longo das três últimas semanas.

A trama é contextualizada no início da década de 20 estadunidense, quando foi aprovada a Lei Volstead, que proibia a fabricação, distribuição e venda de álcool (também conhecida como Lei Seca). Com isso, entram em cena homens poderosos, que buscam lucrar com o contrabando de bebidas alcoólicas. O protagonista e maior mafioso dessa prole é Nuck Thompson, interpretado magistralmente por Steve Buscemi. Várias histórias paralelas são mostradas, tendo sua figura como centro. Ele é o "dono" da cidade portuária de Atlantic City, que recebe e distribui para outras cidades, como New York e Chicago, a bebida contrabandeada transportada pelos navios. Por possuir o monopólio sobre esse lucrativo negócio, Nuck possui uma infinidade de inimigos tão poderosos quanto ele, que fazem de tudo para destruí-lo assim que a oportunidade se apresenta. O telespectador que é aficionado por produções como O Poderoso Chefão e Os Bons Companheiros, se sentirá em casa, dada a presença da clássica e brutal máfia italiana. Figuras como um certo Al Capone, pupilo de John Torrio, têm sua história indiretamente contada no decorrer da trama. 

Outras personagens coadjuvantes, que sempre procuraram viver de acordo com o que sua sociedade chama de "bons costumes", como a  viúva irlandesa Margaret Schroeder (Kelly MacDonald), mostram que quando se encontram em desespero e o dinheiro se apresenta facilmente, estão dispostas a ignorar o que tinham por princípios. Em Boardwalk Empire a natureza humana é mostrada como ela realmente é. Ninguém é bom ou mau o tempo todo. As pessoas agem de acordo com suas conveniências.

Além de todos os seus inimigos que atuam no mesmo ramo, Nuck tem a própria lei como grande rival. Para burlar o sistema judiciário que tenta pegá-lo a todo custo, ele recorre aos mais inescrupulosos jogos políticos, que atingem até os altos escalões da Casa Branca. Trocas de favores, discursos mentirosos, subornos, corrupção. Toda sujeira por trás do sistema político americano é mostrada com impressionante realismo. O próprio Nuck é um mestre em discursos vagos e respostas evasivas quando alguma pergunta direta sobre suas tramoias lhe é feita pela imprensa. Na última semana, um político brasileiro conhecido como José Genoino muito me lembrou a personagem interpretada por Buscemi. Enquanto assumia mandato na Câmara dos Deputados, mesmo tendo sido condenado a quase sete anos de prisão por sua participação no Mensalão, o figurão, quando indagado sobre sua dívida com a justiça, disse ter a "consciência serena dos inocentes".

Boardwalk Empire é uma aula para quem quer entender (ou tentar) o funcionamento destrutivo e vigarista das engrenagens de uma máquina política. E, também, para aqueles que ainda não compreendem o porquê de gangsters como Genoino nunca serem detidos.  

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mais louco que o Batman

Atualmente, os quadrinhos de super-heróis vêm passando por uma espécie de crise. Leitores (que desde sua menor idade acompanham esses lunáticos que vestem roupas extremamente coladas ao corpo e muitas vezes excessivamente coloridas) bradam que os heróis de suas infâncias estão sendo desfigurados por editores, roteiristas e desenhistas com ideais mercenários. E isso tem ocorrido nas duas maiores editoras de super-heróis do mundo.

Recentemente, os chefões da DC Comics resolveram "zerar" seu universo, com o intuito de adequar suas personagens ao mundo real e atual em que nós, seres humanos supostamente normais, vivemos. Não só isso: alguns acontecimentos foram simplesmente ignorados e eliminados cronologicamente. No caso da Marvel, a última edição, de número 700, da revista Amazing Spiderman, mostra um dos maiores e mais clássicos inimigos do aracnídeo, o Dr. Octopus, vestindo a sagrada malha vermelha, azul e estampada com teias. As reações do público que sempre acompanhou as aventuras de Peter Parker foram as piores possíveis, como foram relatadas por Doctor Doctor no blog SOC! TUM! POW!.

Entretanto, algumas coisas não estão ruins como parecem. Resolvi acompanhar o reboot da DC, através das revistas editadas aqui no Brasil pela Panini Comics. De fato, nem tudo são flores. Algumas coisas não valem o preço que custam. Mas o arco que eu sempre espero ser o melhor está superando (e muito) minhas expectativas. A equipe que está conduzindo criativamente o Batman e toda sua trupe é realmente de qualidade. Artistas como J. H. Williams III (cérebro criador do arco da Batwoman) estão fazendo um excelente trabalho gráfico, com quadrinhos que remetem a cenas de cinema, dado a sensação de movimento que transmitem aos olhos do leitor.

Mas a personagem que faço maior destaque  é uma das que mais sofreram, ao longo de sua história, todo tipo de retaliação por conta de seu papel secundário. Refiro-me ao novo Robin, identidade secreta ostentada atualmente por Damien, filho de Bruce Wayne. Treinado pela mortífera Liga das Sombras, Damian é um assassino por natureza que quebra todo tipo de regra. A principal delas: não matar. Apesar de ter apenas dez anos, esse novo e brutal Robin é dotado de extrema inteligência e coloca em xeque os padrões morais impostos por seu pai.

Acabei de ler a história intitulada "Obstinado", pertencente à revista A Sombra do Batman nº 7. A dupla Peter J. Tomasi e Patrick Gleason exploram muito bem, em poucas páginas, os temas traição, lealdade, ódio e vingança. Para o devido entendimento dos acontecimentos, vale uma olhada nas edições anteriores, que mostram a evolução dos dois quadrinistas à medida que a trama avança pelas páginas. 

Uma coisa é garantida: Batman, enfim, encontrou, nesse seu pequeno parceiro sanguinário, alguém mais louco que ele próprio.  

domingo, 6 de janeiro de 2013

Curva de aprendizagem

Sim, é um clichê, lugar-comum, jargão, modismo ou coisas do tipo. Podemos dizer que nada mudará, que a rotina será a mesma e que o início de mais um ano não nos aflige. Mas é inevitável: fazemos projetos que visam melhorar, aparar algumas arestas, excluir velhos e prejudiciais vícios e criar novos, saudáveis e melhores hábitos em nosso cotidiano. Essas listas de prioridades (que normalmente são esquecidas durante o ano) eu mais um número considerável de pessoas chamamos de projetos.
 
Não convém que eu liste aqui alguns itens que remetem ao meu cotidiano em particular, mas sim os que dizem respeito aos objetivos relacionados ao Donnerwetter!. Minha intenção inicial não era torná-lo uma obrigação. Porém, conforme o tempo passou, percebi que comecei a tratá-lo de um modo mais, digamos, profissional. A causa disso talvez seja meu relacionamento com outros blogueiros e jornalistas, amadores ou profissionais, que, assim como eu, dedicam um considerável tempo de suas vidas a essa atividade escrita.
 
Então, depois de muito pensar e analisar as probabilidades, cheguei a uma meta um tanto quanto arrojada para esse ano: a publicação de, no mínimo, 250 textos. Tive algumas inspirações. Na verdade, três: o jornalista Braulio Tavares, colunista do Jornal da Paraíba e mantenedor do blog Mundo Fantasmo, que escreve diariamente para ambos. O fanático por quadrinhos Alan Guedes, que resolveu resenhar um gibi por dia em 365 Gibis. Os analistas do velho oeste Bruno Barrenha e Thierry Vasquez, resenhistas do guia Analisando o Oeste. Considerando o total de dias devidamente distribuídos por 2013, o número estipulado como meta, apesar dos afazeres variados que virão no decorrer do ano, é possível de ser alcançado.
 
O porquê de tal iniciativa? Profissionalismo. Todo amador, apesar de ser um grande simpatizante da sua categoria, almeja subir para o time dos profissionais. Seria uma grande mentira se disséssemos não almejar certa exposição seguida de avaliação. Os indivíduos acima citados, de certa forma, em minha humilde opinião, já alcançaram esse degrau por suas próprias forças. Intenciono seguir seus passos da melhor maneira possível.
 
Apesar da grande quantidade de postagens, espero manter certa qualidade no que aqui for apresentado. No âmbito da literatura, costuma-se dizer que quando um autor publica muito, a qualidade de seus escritos apresenta considerável decadência. Na área da Administração de Empresas, há a teoria produtiva classificada como curva de aprendizagem, que se caracteriza quando um indivíduo que atua na linha de produção fabril apreende de fato seu ofício e executa suas atividades com qualidade e rapidez. 
 
Espero que esse seja o caso a ser visto aqui, no decorrer desse 2013 recém inaugurado.